O Gato na imprensa (Fredemundus)

O GATO

O Grupo Teatral Freamundense tem em cena a comédia em 2 actos “O Gato” atribuída ao autor Henrique Santana.
Há quem diga que esta peça é pertença do dramaturgo Miklos Marai!... Enfim!... Mistérios da paternidade que a esta distância são de difícil resolução.
Propositadamente, só ao fim de quase duas dezenas de representações vou tentar fazer uma análise critica a esta peça.
Começo por felicitar o G.T.F. por esta realização que veio colmatar um período menos bom deste grupo.
Tenho fé que não volte a acontecer.
Assisti a este espectáculo meia dúzia de vezes e senti que havia uma melhoria (principalmente de ritmo) de semana para semana.
O protagonista CARLOS/GATO foi interpretado por JORGE COSTA que conseguiu defender este difícil papel com firmeza e brilhantismo. Parabéns, JÓ.
As estreantes TERESA (BRUNA RIBEIRO), MARIA (MARTA MENDES), TÂNIA LEÃO (LAURA BARRADAS), surpreenderam-me pela dicção perfeita, pela expressão corporal, ajudada pela beleza natural que todas elas possuem.
Continuem, meninas. Temos gente…
O TONI (TÓ ALMEIDA) tem uma figura agradável em palco.
O PROFESSOR NOVAIS é defendido por RICARDO GRAÇA.
Na minha humilde opinião, este actor tem nesta personagem a melhor interpretação da sua carreira.
FRANCISCO GRAÇA (o nosso CHICO) defende o banqueiro CASTRO com a graça e o talento a que nos habituou.
A TIA CARLOTA, solteirona rica e apetitosa é defendida pela talentosa e quase veterana AIDA GOMES.
A sua interpretação é uma lição de bem representar.
Deixei para o fim a apreciação dos seguintes actores:
AMÉLIA (SILVIA ALONSO) na criada, JOANINHA (CATARINA CAMPOS), na menina toda treques, ROMUALDO (JOSÉ ANTÓNIO SANTOS) no menino rico e meio idiota.
É costume dizer-se nos meios teatrais que não há grandes nem pequenos papéis. Há simplesmente papéis que têm de ser bem feitos. Foi precisamente o que aconteceu com estes três actores.
Numa escala de valores de Zero a Vinte, dou a cada um deles dezanove e juro que não estou a ser benevolente.
Simplesmente, FABULOSOS!...
O espaço cénico é bem conseguido e muito agradável de se ver.
A Luminotecnia, da responsabilidade do eterno PEDRO LOPES, resulta perfeita como sempre.
JUAN FERNANDEZ está de parabéns pela encenação que fez, e, pelos magníficos actores que dirigiu.
Julgo saber que esta peça vai continuar as suas representações a partir de Setembro.
Aconselho vivamente os leitores a não perder espectáculo com honra o G.T.F. e esta Cidade.


Nélson Lopes


in Fredemundus - 27 de Junho de 2008

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